terça-feira, 29 de março de 2011

Podia dizer(te)



Apesar de falar incessantemente e dizer as maiores atrocidades possíveis,
não sou capaz de negar o silêncio do que mais me pertence.
Podia dizer-te que o céu é teu. Um por cada dia que vivesses.
Mas prefiro que nos percamos e nos sobremos.
E morreríamos também nós com as bocas
e todas as fatalidades que emergem
no meio de todos os silêncios prometidos,
mas além dos céus, não te mentiria...
seriamos nós a construí-lo todas as noites.
Seríamos também nós os que iriam fazer com que
os rostos, bocas, mãos, noites se encontrassem
seríamos nós a sentarmo-nos nos sentimentos
e a fazer da corrupção do ser todo o sentimento
que compõe o amor.


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